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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Paulinha

Quem diz que me entende nunca quis saber


Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha

Paulinha está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com sua gilette
Deitada no canto, seus tornozelos sangram.
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece que é impossível ter da vida calma e força

Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Ninguém entende, não me olhe assim, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende

E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Paulinha sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem

Omundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite

A falta de esperança e o tormento

De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto a 
verdade é o avesso a alegria já não tem mais endereço

Paulinha está trancada no seu quarto
Com seus livros, seu cansaço...

Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes.



Adaptacão

domingo, 29 de junho de 2014

Passilovers

Eles se amam. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.


sexta-feira, 9 de maio de 2014

Docemente cansada.

Não é porque eu parei de falar, que eu parei de sentir. 
Talvez eu só tenha cansado de dizer tantas coisas, que amanhã, ninguém se lembrará mais
Ando tão cheia. 
Tão cheia de mim, tão cheia de você, tão cheia de coisas a fazer. Ando tão cheia de sentir, de querer e não poder. Ando tão cheia que mal me aguento, que mal me suporto. Tô precisando esvaziar, tô precisando me desprender antes que eu enlouqueça. Quero ser leve.
Todos os dias me perguntam o que quero ser daqui a alguns anos, sempre esperam respostas pequenas como médica, engenheira e advogada, mas eu sou feita de coisas grandes por isso te respondo, quero ser feliz, eu quero ter paz.

O Dom do não

“E com uma letra bem pequena, lá estava escrito no seu epitáfio: Tentou ser, não conseguiu; tentou ter, não possuiu; tentou continuar, não prosseguiu; e nessa vida de expectativas frustradas tentou até amar… Pois bem, não conseguiu, e aqui está.”
 
Dom Casmurro   

Nada normal

Tô tão sozinha
Não desejada
Quero ser outra
Mas lá no fundo, se penso bem
Sempre fui amada, acompanhada
Porque me sinto assim?
Se tudo brilha assim
Quero sair daqui, longe de mim
Tento me curar, e só me amar
Mas nada muda, vivo com raiva
Às vezes me amo, às vezes me odeio
E agora é tão óbvio, quero ser outra

Esta noite.

Eu chorei tanto essa noite que senti as veias da minha cabeça pulsando, como se estivesse rolando a maior have dentro do meu crânio. 
Chorei sem parar, sem fazer qualquer tipo de som, até minhas pálpebras pesarem e a escuridão além da que emanava do meu quarto me engolisse. 
Chorei porque eu estava sobrecarregada, cansada sentimentalmente. e psicologicamente também.
Chorei porque todo mundo precisa se esvaziar um pouco e antes de fazer qualquer besteira, preferi chorar até cair no sono.
Acordei como quem foi atropelada, meu corpo estava todo doendo, mas oque mais doía era meu subconsciente gritando "fracassada" " burra" "idiota" "fraca".
Dizem que os piscianos gostam de se fazer de vitima, mas é serio! Nada da certo, as vezes eu só queria ser "normal" conhecer gente normal, viver uma vida normal, fazer e gostar de coisas normais, mas parece meio impossível.
O dia mal tinha começado mas eu já estava exausta, mas vesti meu sorriso e vim para o meu teatro diário vulgo trabalho.